Nasceu em 1908, no estado da Carolina do Norte, sul dos Estados Unidos, filho de agricultor e comerciante de algodão. Era um dos repórteres mais talentosos da The New Yorker. Na revista, tinha liberdade absoluta: escrevia sobre o que quisesse, no prazo que julgasse necessário. Os últimos trinta anos de sua vida são cercados de mistério: não se sabe sobre o que escrevia diariamente na redação da revista e, apesar das inúmeras especulações a respeito, ignora-se o motivo de seu silêncio. Morreu de câncer em 1996.
Em 1942, Joseph Mitchell publicou nas páginas da revista The New Yorker
o perfil de um literato maltrapilho que vivia perambulando pelo
Greenwich Village, o bairro boêmio de Nova York. O personagem chamava-se
Joe Gould e a reportagem revelava que, apesar de viver como um mendigo -
dormia em pensões baratas, albergues e, às vezes, até na rua -,
preparava uma obra monumental: História oral do nosso tempo.
Gould
morreu em 1957 e o livro que vinha escrevendo nunca foi encontrado -
não se sabia, então, nem mesmo se chegara de fato a existir. Em 1964,
sete anos após a morte de Gould e mais de vinte anos após o perfil da The New Yorker,
Joseph Mitchell escreveu para a mesma revista outro texto sobre o
boêmio do Village - "O segredo de Joe Gould" -, revelando o mistério
guardado por tanto tempo. Depois dessa reportagem histórica, o
jornalista nunca mais publicou sequer um texto. Mesmo assim, continuou a
freqüentar a redação diariamente e a receber salário até o fim da vida.
Morreu de câncer em 1996.
Mitchell era um dos repórteres mais talentosos da The New Yorker.
Na revista, tinha liberdade absoluta: escrevia sobre o que quisesse, no
prazo que julgasse necessário. Foi um dos primeiros repórteres a
descrever histórias reais com técnicas de ficção. Era um jornalista
atípico, que preferia escrever sobre pessoas anônimas e assuntos
prosaicos, em vez de se ocupar da economia, da política ou do mundo das
celebridades.
Os últimos trinta anos de sua vida são cercados de
mistério: não se sabe sobre o que escrevia diariamente na redação da
revista e, apesar das inúmeras especulações a respeito, ignora-se o
motivo de seu silêncio. A qualidade literária de sua obra, porém, faz
dele um dos mais importantes jornalistas americanos do século XX.
Fonte: Companhia das Letras
Julia Cicala
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComentário de Letícia Maciel: Joseph Mithchel é um exemplo da essência do jornalismo. Mesmo tendo a incerteza sobre os relatos de Joe Gould, persistiu em busca da história de um homem comum sobre sua vida rotineira, o que leva a entender que é necessário apurar os fatos para obter a melhor notícia.
ResponderExcluir