terça-feira, 7 de maio de 2013

Criança sabe escolher livro



A criança sabe escolher seus livros, e classificá-los por faixa etária não funciona.
Esta é a opinião de dois dos principais escritores da literatura infantojuvenil do Brasil. Pedro Bandeira ("A Droga da Obediência" Fantasmas), autor que mais vendeu livros para este público no país, e Heloisa Prieto ("1001 Fantasmas"), que escreve suspense para crianças, participaram da "Roda da Folhinha", no último sábado, no MAM (parque Ibirapuera), em São Paulo.
Eles conversaram com as crianças da plateia e com Laura Mattos, editora da "Folhinha", Gabriela Romeu, editora-assistente do caderno até 2011, e Raquel Cozer, colunista de literatura da Folha. O evento faz parte das celebrações do aniversário de 50 anos da "Folhinha". 


 "Não acredito em faixa etária. Dizer que um livro é para crianças mais velhas só porque tem palavras difíceis impede o leitor de desenvolver um português melhor", afirmou Heloisa Prieto.
Para Pedro Bandeira, a sugestão de idade não tem relação com a linguagem. "Livros como 'Harry Potter' estão cheios de palavras difíceis, mas são um sucesso entre as crianças. A classificação tem a ver com o emocional. Se a história não tiver relação com a emoção da criança, ela perderá o interesse", disse.
O bom senso dos pais e professores é importante, defenderam os escritores, mas a capacidade da criança para escolher o que ler não deve ser subestimada. "Se ela achar que ainda não é hora, vai largar o livro. Não precisa proibir", acredita Heloisa.
Quando pequeno, Pedro Bandeira não podia ler Monteiro Lobato ou gibis. "Lia escondido, era uma maneira de fazer a coisa errada."

 De tanto ler, começou a também escrever. "A Droga da Obediência", seu maior best-seller, despertou a curiosidade de Fernanda, 9, que estava na plateia e quis saber como surgiu a história.
"Eu estava com muita dor de cabeça e descobri que o laboratório que fabricava meu remédio tinha parado de produzi-lo. Percebi que os laboratórios tinham muito poder sobre nós, só faltava fazer uma droga que nos obrigasse a obedecê-los", respondeu.
Os Karas, protagonistas do livro, devem voltar."O novo livro já está pronto. Não posso dizer mais nada."
O autor voltou a criticar "Xuxa em o Mistério de Feiurinha", baseado em sua obra. "É o pior filme da história. Dá medo. Xuxa tem dinheiro para fazer o filme, mas talento não." Luisa, 11, também não gosta das adaptações. "Com o livro, você imagina. O filme tira o poder da imaginação."





Julia Cicala


4 comentários:

  1. Acredito que as crianças de hoje estão em um nível bem superior do que as de antigamente, uma vez que as perguntas rotineiras que sempre são feitas aos pais, já mudaram muito. Podemos ver crianças cada vez mais se interessando pela leitura e, não adianta os pais querem decidir o que deve ou não ser lido. Até porque hoje vivemos em um mundo tecnológico, onde, crianças e adultos podem ter acesso a tudo pela internet, se o pai ou mãe falar não eles vão e leem escondido. Então eu acredito que devemos deixar as nossas criancinhas decidirem por si mesma, com isso as ensinamos a ter opinião própria.

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  2. Cometário de Letícia Maciel: Assim como não há limites para a imaginação de uma criaça, não deve ser limitado o tipo de leitura. Para estimular a curiosidade e a busca de novas palavras e seus significados, ler livros seja lá qual for o tema, escola literária ou até mesmo autor é muito importante para o desenvolvimento lógico e intelectual, transformando a criança em um adulto formador de opinião.

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  3. Apesar de as crianças se mostrarem cada vez mais independentes, os adultos as subestimam, mas acredite, crianças tem escolhas próprias e muitas vezes, as fazem melhor do que os adultos. Livros são formas de expressão, então deixem que as crianças se expressem e usem a imaginação da forma em que se sentirem melhor. O fato de uma criança procurar um livro já deveria ser uma vitória, pois hoje o mundo da televisão domina a geração, então deixem que leiam para poderem apreciar o mundo da leitura.

    Marcela Oliveira

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  4. As crianças já estão a muito tempo podendo escolher o que ver, o que escutar e principalmente o que ler. Com a facilidade do acesso a qualquer informação a partir da web, vem fazendo com que os pequeninos decidam sozinhos o que gostam e não gostam.

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