"Viajar pela leitura sem rumo, sem intenção. Só para viver a aventura que é ter um livro nas mãos. É uma pena que só saiba disso quem gosta de ler. Experimente! Assim sem compromisso, você vai me entender. Mergulhe de cabeça na imaginação!" Clarice Pacheco
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Poeta deixou os sentimentos em segundo plano
Ofélia Queiroz não queria se tornar "um estorvo" para seu grande amor, queria proporcionar a Fernando Pessoa "uma vida alegre, toda de carinho e felicidade" para que ele pudesse se dedicar à sua vida de literatura.
Foi isto que ela escreveu em uma carta de 30 de setembro de 1929, depois de o poeta, no dia anterior, lhe ter enviado uma carta em que explicava que para realizar a sua obra literária precisava de sossego e de um certo isolamento.
Ainda que tudo o mais na vida de Pessoa tivesse, para ele, interesse secundário, Manuela Parreira da Silva, que desde 1987 estuda o espólio do escritor, considera que a leitura sequencial da correspondência entre os dois evidencia menos platonismo que se imaginava.
"É preciso que todos, que lidam comigo, se convençam de que sou assim, e que exigir-me os sentimentos, aliás dignos, de um homem vulgar e banal, é como exigir-me que tenha olhos azuis e cabelo louro", escreve Pessoa.
Mais à frente assegura à amada que gosta "mesmo muito da Ofelinha" e que, se um dia viesse a se casar, seria com ela.
De fato, Fernando Pessoa nunca se casou. (IC)
Texto Retira da Folha de S.P.
Postagem de Julia Cicala
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Em muitas obras o autor não pode deixar que seus sentimentos sejam vistos ou interpretados de uma forma vísivel para quem lê.
ResponderExcluirFernando Pessoa decidiu não tratar de seus sentimentos por Ofélia por que queria deixar guardado com ele o que sentia. Esse é um caso diferente, porque o poeta decidiu não expor seus sentimentos na poesia e torna-la mais o que ele era por fora.
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